Muitas pessoas procuram a psicoterapia acreditando que estão deprimidas quando na verdade estão atravessando um momento de tristeza. Enquanto que outros, demoram para procurar ajuda por acharem que estão tristes e que esse sentimento vai passar em breve, porém estão deprimidas e, quando finalmente procuram ajuda, o quadro está muito grave.
Afinal, como posso saber se o que estou sentindo é tristeza ou depressão? A psicoterapia/ psicanálise, ajuda em quais casos?
O que é a tristeza?
É um sentimento, uma reação natural a situações difíceis de serem vivenciadas, portanto faz parte da vida de todo e qualquer ser humano. Sentir tristeza é saudável e inevitável. Há uma causa definida; sentimos tristeza diante de uma perda, de uma doença, separação, mudança de emprego ou mudança de fase de vida, etc.
Ela tem começo, meio e fim. Ou seja, é um estado circunstancial.
O que é a depressão?
É um transtorno mental onde a tristeza pode ser um de seus componentes. A causa é multifatorial: fatores genéticos, alterações de neurotransmissores, fatores ambientais (como um trabalho estressante, casos de doença na família, etc.), doenças crônicas, situações traumatizantes, abuso de álcool e outras drogas.
É um mal-estar generalizado. É sofrer por tudo. É mais duradoura. A pessoa, na maioria das vezes, não sabe da onde vem esse mal-estar. Tanto que é comum ouvir no consultório “Sofro e não sei o porquê! Minha vida está ótima!”.
Principais diferenças:
· Duração
O estar triste corresponde a determinado evento. Pode durar horas, dias e normalmente até dois meses. Enquanto que na depressão, as reações aos eventos são extremas. A pessoa tem a sensação de que as coisas não irão melhorar e o mal-estar não irá passar. Sem tratamento adequado, pode durar anos.
É claro que cada pessoa tem um tempo diferente para processar emoções. No entanto, passados três meses, se a tristeza não for diluída, pode ser sinal de depressão.
· Prazer
Na tristeza, os sentimentos oscilam durante o dia. Na depressão, predomina a sensação de vazio, a vida perde o sentido (o colorido) e deixa de sentir prazer como antes sentia.
· Vitalidade
Na tristeza, raramente as funções vitais são afetadas, a pessoa continua produtiva e envolvida com os seus afazeres. Diferente da depressão onde a apatia (falta de energia e vontade) é o que domina. Uma pessoa com depressão pode justificar não ir ao trabalho porque, simplesmente, sente-se incapaz de se levantar da cama pela manhã. A pessoa se sente incapacitada, diariamente, para realizar suas tarefas.
· Realidade
Pensamentos negativos e distorções da realidade são comuns no ser humano, porém até certo grau. Na tristeza, os pensamentos negativos estão relacionados a realidade concreta e a pessoa consegue se organizar na vida apesar deles. Diferente da depressão, onde a pessoa tende a exacerbar a culpa, acha que nunca irá melhorar e tende a interpretar o mundo e as pessoas na maior parte do tempo de forma negativa e destrutiva.
Existe tratamento?
Sim!
Em um quadro de tristeza, não necessariamente a pessoa precisa fazer psicoterapia/psicanálise. Às vezes, o apoio dos familiares e de amigos, uma viagem, etc pode ser suficiente. Em outros casos, é importante entrar num processo psicoterápico/psicanalítico, para tentar entender e dar algum sentido ao ocorrido.
Em um quadro de depressão, a pessoa precisa de tratamento psicológico e, na maioria deles, também psiquiátrico (uso de medicação). O tempo de tratamento varia de cada caso.
*Se você se identificou e/ou identificou algum amigo ou parente com alguns sintomas descritos no texto, procure ajuda de um profissional especializado. Mesmo com as dicas deste post, determinar a diferença entre tristeza e depressão é trabalho para um especialista.
Para mais informações, assista ao vídeo abaixo:
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